terça-feira, 4 de outubro de 2016

Conto escrito para o Projeto "Adote um Escritor", da E.M.E.F. Porto Novo:

O texto abaixo é uma "versão" baseada no conto "O Cristão e o Mouro", existente no livro de Susana Ramos Ventura e Helena Gomes, intitulado "Contos Mouriscos: a magia do Oriente nas histórias portuguesas":

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A UNIÃO DE DOIS POVOS

Por João Vítor Mesquita Cardoso

No século XV, ano de 1490, dois anos antes de os mouros terem sido definitivamente expulsos de Portugal, um cristão vivia como escravo. 

Ele havia sido capturado cinco anos antes, durante uma batalha em solo português, e fora levado para o Oriente Médio, para a cidade de Tabúk, que, desde aquela época, já era um importante pólo para trocas culturais e comerciais. Lá, ele trabalhava carregando camelos repletos de mercadorias para o transporte entre o Iêmen e a Síria. 


Mapa da Arábia Saudita com destaques para Tabúk, o Iêmen e a Síria.
  
Aspecto da paisagem de Tabúk

Para vigiar o trabalho do escravo cristão havia um guarda mouro. Este cristão ficava enclausurado numa masmorra, e, Mustafá, o mouro, sempre a lhe vigiar. 

O cristão se chamava Isaac. 

Com o passar do tempo, os dois se tornaram amigos, mesmo sendo de religiões diferentes e mesmo pertencendo a dois povos em guerra há mais de sete séculos.

Isaac sempre sonhara em fugir e falava isso  para Mustafá.

Mas, Mustafá pouco ou nada podia fazer.

Certa noite, Isaac disse que pretendia fugir e aquele seria o momento. 

Mustafá, naquela ocasião, estava carregando todas as chaves e Isaac conseguiu rouba-las sem que Mustafá percebesse.
Isaac abriu a sela e deu no pé.

Isaac, ao fugir, aproveitou para libertar mais alguns cristãos.

Quando Mustafá acordou e percebeu o que havia acontecido, resolveu fugir também, visto que seria duramente castigado por sua infidelidade e incompetência. 

Assim, praticamente, fugiu junto com os cristão, alcançando-o no caminho.
Após a fuga os dois amigos escolheram um lugar que ficasse o mais longe possível de Portugal e da Arábia Saudita. Uma consulta aos mapas, deixou claro que este lugar era a Líbia.

Mapa do Norte da África, Líbia, com destaque para Sebha.

Na Líbia, fixaram-se em Sebha.


Aspecto de Sebha

No novo lugar onde se estabeleceram, na cidade de Sebha, na Líbia, Isaac encontrou uma muçulmana chamada Malala.


Rosto de Malala

Malala ajudou os dois a recomeçarem suas vidas, e Isaac passou a namorá-la.

Daquela localidade inóspita do norte da África, eles fugiram para a parte central do mesmo continente.

A cidade escolhida foi Abuja, na Nigéria, perto do rochedo Zuma.


 Mapa da Nigéria, com destaque para Abuja
Aspecto do Rochedo Zuma, em Abuja, Nigéria

Lá, impressionantemente, o muçulmano encontrou uma cristã, chamada Aruna, e os dois também começaram a namorar. Após certo romance, tendo se olhado, se apaixonado ainda mais, após terem se beijado, resolveram fugir para ainda mais longe, para o sul da África, porque Mustafá estava com medo de ser recapturado.


Rosto de Aruna

Isaac e Malala preferiram voltar para o norte da África.

O mouro Mustafá fica com Aruna na Nigéria.

Eles queriam é ir para o mais longe possível de Portugal e da Arábia Saudita...

Assim, esses dois amigos que passaram por diversas aventuras acabaram se separando para viverem suas vidas com suas mulheres. 

Como pode a união de dois povos, duas religiões diferentes, pessoas diferentes, ficarem juntas, mesmo perante a enorme dificuldade de percorrer milhares de quilômetros, fugindo do seus próprios povos?  

3 comentários:

  1. Eu gostei ta parte que o isaac e Malala preferiam voltar para o norte da africa.

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  2. eu achei interessante que ele quis mostrar os abitantes e as moradias

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  3. Quando Mustafá acordou e percebeu o que havia acontecido, resolveu fugir também, visto que seria duramente castigado por sua infidelidade e incompetência.

    Assim, praticamente, fugiu junto com os cristão, alcançando-o no caminho.
    Após a fuga os dois amigos escolheram um lugar que ficasse o mais longe possível de Portugal e da Arábia Saudita. Uma consulta aos mapas, deixou claro que este lugar era a Líbia.

    Eu gostei dessa parte, gostei do texto

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