Na parte da tarde a gente participa do projeto LIAU, com o professor de Geografia. De tarde e de manhã nós estudamos com ele valores e virtudes.
Então, o professor pediu que a gente escrevesse um texto que tivesse a ver com a harmonia.
Era para a gente fazer isso com base no texto de Susana Ventura, que está no livro "Contos Mouriscos: a Magia do Oriente nas Histórias Portuguesas".
Meu texto ficou assim:
A Batalha do Cabo Ocidental
Por Henrique Carvalho Mensch
Em 1099, os cristãos viviam no Oriente Médio, em Jerusalém. Haviam dominado a cidade. Os
cristãos e os muçulmanos se confrontavam. Os cristãos também tentavam ir
para a Índia através do Mar Mediterrâneo, mas, eles não podiam passar por este que era o caminho mais curto. Os
muçulmanos haviam trancado essa passagem.
Havia um guarda muçulmano chamado Mustafá, que ajuda os
muçulmanos em inúmeras batalhas. Esse guarda ficava sempre lá, de
prontidão, em meio ao Mar Mediterrâneo.
Para evitar cruzar por lá, os cristãos tiveram de fazer a volta
no oceano Atlântico sul, contornando o continente africano,
contornando o Cabo das Tormentas, passando pelo Oceano Índico, para
chegar até a Índia.
Inúmeras eram as notícias de navios cristãos naufragados pelo
guarda Mustafá. Então, o caminho de Bartolomeu Dias, que havia
conseguido passar pelo caminho Cabo das Tormentas, tornou-se a melhor
opção.
Certo dia, o guarda Mustafá deixou os cristãos passarem.
Misteriosamente virou amigo dos cristãos, foi assim que os cristãos
chegaram a Índia. Tendo tomado conhecimento disso, os muçulmanos
pegaram esse guarda no flagra, deixando navios cristãos passarem.
Então, os muçulmanos pegaram ele e o escravizaram.
Botaram-no preso, com outro guarda chamado Al’Assad. O novo
sentinela passou a naufragar todos os navios dos cristãos novamente.
Vendo isso, Mustafá passou a planejar uma fuga, o que conseguiu
colocar em prática com sucesso, fugindo para a Índia, juntamente
com alguns outros cristãos, que, na ocasião, também ajudou a
fugir.
Tendo feito amizade com tais cristãos, Mustafá foi convidado a
regressar com eles saindo da Índia até a Europa pelo Cabo das
Tormentas. Nesta viajem, após ter cruzado o Cabo das Tormentas, que
a esta altura já havia sido rebatizado de Cabo da Boa Esperança
(pois os portugueses e espanhóis já haviam dominado as técnicas de
navegaç]ão para contorná-lo), a frota cristã se deparou com uma
numerosa frota muçulmana. A frente dela estava Al’Assad, que,
sabendo do paradeiro de Mustafá buscava matá-lo por vingança, já
que ele havia fugido dele, e, por isso, ele havia sido castigado.
Jurou ao Califa, então, que recapturaria Mustafá.
Aos cristãos não havia saída, a batalha era inevitável.
Alinharam os navios e partiram para a luta.
Nesse dia, vários navios cristãos foram afundados, pois seu
exército era apenas de 5000 mil homens, enquanto os muçulmanos
contavam com 20000 mil.
Mas, as baixas eram de ambos os lados. A luta era sangrenta. Como
aos cristãos não restava esperança, lutaram até a morte.
No meio da batalha, Al’Assad e Mustafá se encontraram. Estavam
no convés do navio principal dos cristãos. Al’Assad portava uma
escopeta da época, de um tiro só; Mustafá tinha duas pistolas,
também de um tiro.
Al’Assad sem pénsar, movido pela ira atirou primeiro, Mustafá
se esquivou, como se isso adiantasse. O tiro raspou-lhe o ombro. Ele
também havia atirado tão logo ouvira o estampido do tiro de
Al’Assad.
Al’Assad continuou de pé e Mustafá foi ao chão. Al’Assad
pensou que tivesse matado Mustafá. Mas, este rolou pelo convém e
disparou seu segundo tiro.
Al’Assad estava morto. Caiu de vez no Oceano Atlântico sul,
mergulhando nas profundezas.
Muitos muçulmanos morreram. As vítimas do lado cristão foram
ainda maiores…
Mas, quando os dois exércitos perceberam que Al’Assad havia
morrido, bateram em retirada, contornando o Cabo das Tormentas para o
leste a fim de buscar o Oriente Médio via Oceano Índico.
Dizem que até hoje as pessoas se espantam coma ignorância desses
dois muçulmanos, que viajaram tão longas distâncias, causaram
tantas guerras por causa da fé a da obediência aos seus senhores.